O MEU PRIMEIRO CONTACTO AO VIVO COM OS WASPS

Por mero caso descobri no YouTube um resumo do primeiro jogo que vi ao vivo dos Wasps, a 14 de outubro de 1989 (data no vídeo, senão não acertaria :) ). E tem uma história muito curiosa, pois fui ver o Gloucester e acabei adepto dos Wasps.
Um amigo inglês (na época trabalhava no mercado de capitais, com vários contactos em Londres) convidou-me para ir ver um jogo do campeonato inglês de rugby, uma novidade recente, pois em Inglaterra o primeiro campeonato disputara-se em 1987/88, com a presença, além dos Wasps, de Bath, Bristol, Coventry, Gloucester, Harlequins, Leicester, Moseley, Nottingham, Orrell, Sale, e Waterloo. O Leicester acabou campeão e os Wasps foram segundos. Na época seguinte venceu o Bath à frente de Gloucester e Wasps.
Em Outubro de 1989, o Gloucester liderava o campeonato, fui ver o jogo porque era em Londres, e a equipa de Gloucestershire jogava com uma camisola semelhante a Económicas, a minha equipa por cá. Fiquei surpreendido com o rugby que os Wasps praticavam, bem diferente daquele que via jogado por Inglaterra no 5 Nações. Até hoje me lembro daquela linha de três quatros: Steve Bates a formação, Rob Andrew a abertura, Rob Lozowski e Brian Clough a centros, Mark Bailey e Simon Smith nas pontas e Steve Pilgrim a defesa. Foi uma agradável surpresa. Também gostei dos pilares, à direita o Jeff Probyn, cujo físico nada pareceia adequado à posição, e à esquerda o Paul Rendall. O oito era o Dean Ryan
Gostei muito do ambiente de Sudbury, na zona de Wembley. Achei graça à pequena bancada, aos comentários dos adeptos, que enchiam o rodor do campo e essa pequena bancada.
Não há muito tempo descobri o resumo do jogo, que partilho aqui:
O número 7 do Gloucester é Ian Smith, durante algum (pouco) tempo o nosso seleccionador nacional, e ainda conselheiro técnico da federação. É ele que agarra a bola no solo no final do alinhamento e lança o maul que dá o primeiro ensaio.
Note-se que no segundo ensaio dos Wasps, o oito (Ryan) e o asa aberto aparecem intercalados na linha de três quartos, com Peglar a fazer a assistência para Mark Bailey. David Peglar, hoje em dia o CEO do Excel London, era um jogador muito dinâmico, que contribuia para uma reciclagem rápida da bola.
O quinto ensaio começa numa penetração do defesa Steve Pilgrim, um jogador que gostava muito de ver, e que merecia ter chegado à seleção principal inglesa, reagrupamento, bola rápida, com o ponta do lado fechado (Bailey) a aparecer a apoiar no centro do terreno, e garantir a superioridade númerica da sua equipa, e a conseguir um bom offload. Note-se que há um avançado a correr no apoio.
Mark Bailey era um jogador muito inteligente, aliás hoje é professor catedrático, e um dos mais conceituados especialistas em história medieval.
A segunda parte foi um enorme espectáculo de jogo rápido, corrido, visto hoje, dentro do contexto da época, extremamente moderno.
Aqui vemos também a excelente colaboração que havia entre Rob Andrew e Rob Lozowski (O pai de Alex Lozowski, que esta época saiu dos Wasps para os Sarries). Lozowski pelos dois jogos que vi nesta época merecia ter sido o titular na seleção inglesa no 5 Nações de 1990, o problema é que o primeiro centro era Will Carling, que em 1988, com apenas 22 anos, havia sido nomeado capitão da seleção. E estas coisas também contam.
O começo de uma ligação que perdura até hoje, com muitos jogos vistos em Sudbury, Loftus Road, (Também em Londres), Adams Park (High Wycombe) e agora na Ricoh Arena (Coventry), mas também em Twickenham, no Stoop, em Southbury Road, no Allianz Park (todos em Londres), em Vicarage Road (Watford), no Madjewski (Reading), no Recreation Ground (Bath) e em Welford Road (Leicester). Já são quase 30 anos a ver jogos dos Wasps.
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